Neófito, não há morte.

Fernando "Fleck" Pessoa

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Susan Lee se prostitui nas sextas. Como la belle de jour, pode-se dizer. Menininha de vinte e três anos, bem resolvida, família abastada, namoro sério.. aquela bosta de sempre. Nas sexta-feiras, ao invés de ir no analista, passa duas horas numa casa de alto nível. Luxo, nunca lixo.
Seu nome, é claro, não é tão americanóide como "Susan Lee", mas será, por motivos púdicos, mantido em segredo. Susan, vendo que qualquer semi-analfabeto pode escrever livros de pornografia ou de auto-ajuda e fazer relativo sucesso, decidiu escreveu um diário. Afinal, com alguns vestibulares nas costas, ela deve entender algo de Redação.
Bom, no fim das contas, a idéia não vingou. O uso abusivo de drogas, as alucinações, ora pelo uso de substâncias ora pela falta do uso, e a falta de saco acabaram com o que poderia tornar-se o maior best-seller pseudo-erótico do Brasil desde o doce veneno do escorpião.

Se ela tivesse escrito suas experiências, o resultado seria mais ou menos este daqui (com mais erros de português)...
Dia x do mês Y, ano não importa, já que minha escrita é atemporal(!?)
Quinta-feira: de manhã, faculdade, aquele saco. professor de direito internacional enchendo o saco mais uma vez com o tal trabalho. Odeio pesquisa, e o pessoal do meu grupo não se mostrou muito disposto a trabalhar por mim. que raiva. Tô explodindo, ainda bem que tem terapia amanhã.
Almoço, como é sagrado nas quintas: nem uma caloria. Muita salada e muita água. amanhã tenho que estar gostosinha

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