<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d12487105\x26blogName\x3dminha+gata+n%C3%A3o+insista,+Disneyl%C3%A2ndias...\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://disneylandias.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://disneylandias.blogspot.com/\x26vt\x3d-6963227850280037534', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
minha gata não insista, Disneylândias não vão te levar pro céu

Somos contos contando contos, nada. - Fernando Pessoa 

sexta-feira, setembro 29, 2006

23:26 - L'Année dernière à Marienbad


Um gigantesco, silencioso e ornamentado hotel.
Uma mulher bastante atraente e provavelmente casada.
Um homem tentando convencer essa mulher de que eles já haviam se visto no ano passado e que ela tinha prometido ir embora com ele.

O tempo não importa.

1961, filme de Alain Resnais, baseado em uma novela de Adolfo Bioy Casares, que Jorge Luis Borges julgou uma obra prima.

ps. a cena no jardim onde apenas as pessoas tem sombras - e que sombras - é inexplicavelmente demais.

pLink

pedro s.

22:47 - La Double Vie de Véronique

Duas mulheres idênticas, as quais não se conhecem, compartilham sonhos e pensamentos e levam vidas semelhantes. Dessa fantástica história trata o filme de 1991 do diretor polonês Krzysztof Kieslowski.
Cheio de cenas pouco convencionais e usando objetos bem conhecidos de maneiras novas, o filme cria uma atmosfera pra cima, encantadora - meio como um conto de fadas. Trabalha também com o racionalmente inexplicável, criando apreensão e tudo mais.
Ó, como odeio ficar fazendo críticas "academicistas" sobre os bons filmes que assisto. Ficam sempre horríveis, mesmo assim, eu sinto quase uma necessidade de botar pra fora às vezes.
Então foi =p

E a Irène Jacob RULES ^^



E também tem um blog, com uns textos legais, com o título tirado do filme =) http://ladoubleviedeveronique.blogspot.com/

pLink

pedro s.
segunda-feira, setembro 25, 2006

21:24 - Que Seja Doce

"tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida." F.P.


Antes de adormecer, fitar o teto na penumbra e pensar em tudo o quanto se pode pensar enquanto o sono não chega. Ou naquele curto período onde tentamos lutar contra o estupor já instalado. Racionalizar aquela tristeza aguda, destilando todos seus componentes. E assim, tentar chorar. E não conseguir. Porque não se precisa ou porque não tem lágrimas. O mais importante, acho eu, é, olhando através daquela escuridão que paira sobre o quarto, passar através do pior dos pesares e chegar em algum tipo de pensamento alegre, ou coisa semelhante a um momento feliz. Vislumbrar a luz do dia que irá nascer em breve, assim que piscar os olhos. Rir-se de como a gente pode criar a felicidade com o pensamento, mesmo que ela não exista aqui e agora. Criá-la no passado ou no futuro; entretanto, com a certeza de que ela ali está. E isso é o suficiente pra dormir em paz.

pLink

pedro s.
sábado, setembro 23, 2006

21:40 - parabéns atrasado

(post retroativo)

vinte anos só se faz uma vez na vida.

Álvaro de Campos
Realidade
Sim, passava aqui frequentemente há vinte anos...
Nada está mudado — ou, pelo menos, não dou por isto —
Nesta localidade da cidade ...

Há vinte anos!...
O que eu era então! Ora, era outro...
Há vinte anos, e as casas não sabem de nada...

Vinte anos inúteis (e sei lá se o foram!
Sei eu o que é útil ou inútil?)...
Vinte anos perdidos (mas o que seria ganhá-los?)

Tento reconstruir na minha imaginação
Quem eu era e como era quando por aqui passava
Há vinte anos...
Não me lembro, não me posso lembrar.

O outro que aqui passava, então,
Se existisse hoje, talvez se lembrasse...
Há tanta personagem de romance que conheço melhor por dentro
De que esse eu-mesmo que há vinte anos passava por aqui!

Sim, o mistério do tempo.
Sim, o não se saber nada,
Sim, o termos todos nascido a bordo
Sim, sim, tudo isso, ou outra forma de o dizer...

Daquela janela do segundo andar, ainda idêntica a si mesma,
Debruçava-se então uma rapariga mais velha que eu, mais
lembradamente de azul.

Hoje, se calhar, está o quê?
Podemos imaginar tudo do que nada sabemos.
Estou parado físisca e moralmente: não quero imaginar nada...

Houve um dia em que subi esta rua pensando alegremente no futuro,
Pois Deus dá licença que o que não existe seja fortemente iluminado,
Hoje, descendo esta rua, nem no passado penso alegremente.
Quando muito, nem penso...
Tenho a impressão que as duas figuras se cruzaram na rua, nem então nem agora,
Mas aqui mesmo, sem tempo a perturbar o cruzamento.

Olhamos indiferentemente um para o outro.
E eu o antigo lá subi a rua imaginando um futuro girassol,
E eu o moderno lá desci a rua não imaginando nada.

Talvez isso realmente se desse...
Verdadeiramente se desse...
Sim, carnalmente se desse...

Sim, talvez...

pLink

pedro s.
segunda-feira, setembro 18, 2006

23:34 - É incrível como

Sonhamos verdadeiras obras de arte, mas, quando tentamos descrever nossos sonhos, eles ficam estremamente áridos, vazios. É, muita gente boa já falou sobre isso, não vou me delongar.

Tive um sonho recorrente - de filme de terror - embora estivesse bastante ansioso, o sonho em sí era agradável. Ia até a mansão vizinha da minha e pegava uma porção de cervejas na geladeirinha de minha mãe e de seu marido. Voltando pra minha mansão eu avistava alguém num balanço (acho que isso eu inventei agora). Com certeza eu avistava um bruxo vestido de preto entrando numa maloca que ficava bem atrás da minha mansão (onde eu moro sozinho) . Ele sentava ali dentro e, pela janela, eu via ele falando alguma coisa com alguém. Aí o despertador tocou e eu perdi tudo.

pLink

pedro s.
sexta-feira, setembro 15, 2006

00:10 -

Ela comprou um ticket para andar na montanha russa que leva até o céu.
Lá chegando, encontrou todas as lojas fechadas.
Mas teve fé que o homem com cachimbo ia levá-la até a razão.
E ele disse, não no céu, mas na terra encontrarás o paraíso.

E ela desceu a escadaria. Belladona, Datura, Ayahuasca.
O ceticismo, o qual ela não detinha, explicaria tudo neuro-psicologicamente.
Pouco importa a mentira por detrás do teatro.
Nada além da fantasiosa Peça é o que buscamos.

pLink

pedro s.
quinta-feira, setembro 14, 2006

23:39 - Sebastian O²

Sentado em uma confortável poltrona. Cachimbo de tabaco antigo - de qualidade - na mão direita elevada. Livro de poemas complexos aberto pelo polegar esquerdo e sustentado - ainda que apoiado no braço da cadeira - pela mão esquersa. Entre baforadas e declamações, Sebastian se recuperava. Da vida. A todo intervalo de tempo de vida bem vivida, corresponde um intervalo temporal igual ou maior de recuperação.

Nada melhor para se recuperar da vida. Plantão jornalístico rotineiro e entediante. Uma chamada de madrugada, um deslocamento, algumas boas fotos e algumas linhas rápidas, em tom de poesia, sobre o ocorrido. Ele poderia faturar uma grana alta escrevendo essas coisas, mas o jornal sempre editava tudo e acabava só usando as piores fotos. Depois da matéria concluída, a outra repórter o convidou prum drink madrugadiano. Nada mal, uma foda antes do amanhecer, ele pensou sem tanto entusiasmo assim.

O drink foi massacrante. Que foda que nada, a garota queria era trepar intelectualmente nele e sugar qualquer coisa positiva que tivesse naquela cabecinha de modo a amenizar o sofrimento constante da coitada. Sr. O. nunca teve muito saco pra isso, mas nunca soube ser grosso. Com as palavras mais finas do vocabulário que ela era capaz de entender, disse-lhe para ir a puta que pariu e ainda a levou para lá - a casa dela. Última oportunidade pra uma trepadinha, mas nada feito. Melhor assim, pensou, posso dormir uma tempinho extra.

A ironia do destino. Foi pra casa, deu mais algumas tragadas no cachimbo, se masturbou sem muita vontade e conseguiu dormir meio aliviado. Depois, é claro, de tomar três comprimidinhos daqueles.

E nem pensar nos filhos da puta do plantão me chamarem mais. Encerrei por aqui.

pLink

pedro s.

23:22 - cronópios e ...

Diminuto em estatura, com uma voz -vozeirão- bastante desproporcional, diriam.
Com um chave algumas vezes maior que ele próprio, pôs-se a abrir o portão.
Diante do qual sua família esforçava-se para fazer o mais novo tigre pousar sobre a mesa.
Trabalho difícil pensou.
Sem cabeça para isso agora.

- TRA - LÁ - LÁ
- Ô - XÁ - LÁ

O que foi, papai? - pergunta a jovem cronópio.
-Chega de tigres, o patíbulo desse ano vai atrasar, pois as chuvas começaram em breve!
-Meu amor, o patíbulo anterior foi um sucesso, o senhor acha que devemos investir novamente?

-TRÁ TRÁ TRÁ
-O XÁ LÁ

-Certo, vou mandar os meninos buscarem a madeira. O tigre pode nos fazer compania?
-Até pode, desde que ele se comprometa de ficar no chão.

-Sim, Sim.. Tudo está certo então.

Por fim, põe-se um espelho importado - e por isso adiantado - diante de todos que estão a frente do patíbulo. A espelho se transforma em um oil-on-canvas de uma qualidade impecável, que um burgomestre compra por uma quantia astronômica.
Quantia essa que esquentou a lareira dos cronópios por calorosas noites. E os jovens dormiram felizes, urinando-se nas calças.

pLink

pedro s.

22:38 - O caso de Sebastian O. - Ou o junkie-journalism

Após estranhos sonhos, Sebastian acordou metamorfoseado em um fac-similie idêntico a ele próprio. Não conseguia virar, parecia haver um casco pesado de tartaruga em suas costas, ou quem sabe um exoesqueleto derivado de sua nova-ex forma de inseto. Burroughs havia ensinado muitas coisas a ele. E o pobre Sebastião sabia o que devia fazer. Sabia?

Claro que não. Nunca ninguém sabe o que fazer. No máximo, na melhor de todas as hipóteses, Sebastian imaginava saber como proceder. Em breve vivenciaria a perseguição até o trem. Nada mais que uma velha história de um junkie acabado, mas já é uma perseguição e tanto, não? O detevia perseguia o alter-ego de burroughs. Ele, sebastian, perseguiria alguma coisa. Você pode chamar de notícia, se quiser amenizar os fatos.

A realidade é que, ou pelo menos -como sempre- parece ser, o garoto não ia atrás de notícias, ele ficava parado e elas iam até ele. De uma maneira quase meta-física; entretanto, totalmente visível e quanticamente explicável.

Parado no café da esquina, já na hora de fechar, hora dos "maus-elementos" tomarem conta da noite cosmopolita. Depois do quinto café, acendeu o quinto cigarro e levantou-se, deixando um pouco além do necessário para pagar a conta sobre a mesa.

Com uma mão -direita- dentro do bolso segurando relaxadamente a afiada navalha ancestral de sua família e com a outra uma câmera compacta-completa, bom, assim ele saiu. Subiu em direção aos recantos mais escuros e becos mais mijados do centro da cidade. Aqui

Digo, aqui, peço permissão pra uma breve interrupção e alguns esclarecimentos desse que vos narra. Narra uma história que aconteceu, embora ainda não tenha acontecido. Não é prolixidade, não se engane. É o simples fato da história nascer aos poucos, conforme escrevo, simplesmente anotando aqui o que vem a cabeça, algo meio beatnik-free-speech ou seja lá como se chama aquela escola de má (embora ótima) literatura. Continuemos então com o maravilhoso causo, só um de tantos, do estranho e efeminado sebastian o. algo como um metrossexual ao extremo que nasceu séculos antes do termo ser cunhado. Embora a história seja atemporal e. no presente caso, se desenrole mais ou menos nesse tempo contemporâneo.

Então, Sebastian estava subindo, embora não houvesse aclive. ele adentrava então, o fumacento e federento ambiente da noite. Encontrou, finalmente, um mendigo bêbado e torporoso. Acordou-o com alguns chutes - na cabeça - e lançou-se em uma briga de engalfinhamento da qual, em pouco tempo, bastante sangue jorrava. Sebastian ficou com os cabelos empastados de sangue. Sentia-se sujo, não por isso, mas pelo horrível cheiro do ex-moribundo que agora o infectava. Tirou mais de cinquenta fotos do corpo e dos seus rasgos e foi embora.
A redação abriria em algumas horas e ele ainda tinha que tomar um longo e relaxante banho.

Paro novamente aqui, para esclarecer que nosso protagonista não é nenhum sádico, muito menos um total psicótico ou apenas mentalmente desequilibrado. Ele tem alguns esportes diferentes, digamos, uns hobbies excêntricos. O que não quer dizer que ele assassine pessoas toda noite. Longe do glamour de um serial killer, os acontecimentos dessa noite foram apenas um experimento, bastante doloroso e doloso. Sebastian sofrerá pela culpa, mas pretende tirar daí algum proveito.

Para tudo.

O sol entra de maneira irritante pelas frestas da veneziana. Sebastian O. acorda e imediatamente sente uma dor ardente em seus braços, onde se pode ver várias lacerações. A navalha, ensangüentada, jaz a poucos centímetros. É a primeira vez que seus experimentos com enteógenos o levam a auto-multilação, não tem problema, pensa. Tira algumas fotos? desfocadas, escondendo a cara. Talvez possa vender pro jornal sensacionalista e popular, mas pra isso terá de ivnentar alguma boa história. Está sem saco, a viagem anti-colinérgica foi barra-pesada.
Como não tem que trabalhar hoje mesmo, toma um pouco de sua endorfina exógena e passa o dia sonhando, vivendo, live-dreaming, em fim: um merecido descanço após uma noite agitada.

pLink

pedro s.
quarta-feira, setembro 06, 2006

23:06 - Tons Pastel

Fotógrafo, de alguma maneira estudioso dos hábitos humanos - quem dirá antropólogo? Entretanto, preferia realmente as estruturas, enxergava nelas uma beleza transcendental, em suas linhas simples e simétricas, suas fachadas degradadas pelo tempo. Aquilo era fotografia.

Despertou mesmo para a coisa ainda jovem, assistindo Antonioni. A fotografia era uma possibilidade de fuga e de arte, a única que parecia estar ao seu alcance. De qualquer maneira, não é disso que quero falar. O problema todo é que a fotografia acabou por se tornar uma obsessão, logo já não saia mais de casa sem a câmera pendurada e alguns rolos de filme sobressalentes. Não podia mais olhar para o mundo a sua volta. Se não tirasse uma fotografia, era como se nunca estivesse estado ali.

Dentro de algum tempo - sua esposa refere cerca de 15 anos - não conseguia mais memorizar nada. Comprou uma câmera de revelação instantânea e fotografava tudo. Ao acordar, tinha que se clicar ao espelho, escovando os dentes. De outra forma, não conseguiria saber se já tinha feito tal higiene. A companheira logo notou a alteração e tentou avisá-lo, disse que ele devia procurar ajuda pois a situação tornaria-se insustentável.

Ele não ouviu, não só achava tudo aquilo normal, como via em seus closes corriqueiros uma beleza extrema. Um dia, passou 40 minutos estático observando a espuma branca derivada do dentifrício em volta de sua boca. Não conseguiu estabelecer a data da foto e acabou saindo de casa sem passar no banheiro.

Ao amanhecer do dia 7 de setembro de 1986, sua esposa acordou sobressaltada e não encontrou ele em lugar algum da casa. Somente, sobre o travesseiro, uma foto 15x10 de seu sorridente marido acenando "Adeus!".

pLink

pedro s.

Pedro S. S. 2005 > 2009 Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Based on a work at disneylandias.blogspot.com. - Powered by Blogger and Blogger Templates | Blogarama