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minha gata não insista, Disneylândias não vão te levar pro céu

Somos contos contando contos, nada. - Fernando Pessoa 

sexta-feira, maio 13, 2005

01:04 - Morangos Mofados



"Como uma Clarice Lispector que tivesse ouvido muito rock'n'roll e consumido algumas drogas, Caio Fernando Abreu escreve pequenas jóias mortuárias, marcadas pela sexualidade particularmente crua de um Brasil despido de qualquer folclore. A nostalgia de um mundo e de uma época em desaparição, onde os personagens são vítimas de uma modernidade maligna e de um horizonte geográfico demasiado imenso para eles"
Jacobo Machoever

Livro de contos, urbanos, trata basicamente de relações entre as pessoas. É, dentre os autores de histórias curtas que li, o que alcança o lirismo mais facilmente. Ele passeia por diversas áreas do ser humano sempre deixando algo que ligue tudo. Tem diversos contos crus, normalmente envolvendo o homossexualismo, e outros tantos (meus favoritos) de uma poesia que invade a filosofia e deixa o leitor pensando por muito tempo depois de finalizada a leitura.
É bastante difícil analisar e falar a respeito de um livro assim, ainda quando quem fala sou eu. Portando vou deixá-los com algumas boas passagens do livro.



Os Sobreviventes
"... tanto tesão mental espiritual moral existencial e nenhum físico, eu não queria aceitar que fosse isso: éramos diferentes, éramos melhores, éramos superiores, éramos escolhidos, éramos mais, éramos vagamente sagrados, mas no final das contas os bicos dos meus peitos não endureceram e o teu pau não levantou. Cultura demais mata o corpo da gente, cara, filmes demais, livros demais, palavras demais ..."
"... Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora faço o quê? não é plágio do Pessoa não ..."

Luz e Sombra
" ... Na porta, o pão, a lata com água, o maço de cigarros. Para apanhá-los, mesmo que eu olhe em frente ou para cima, o verde do carpete me invade os olhos e sempre vomito. Nem sempre sou ágil o suficiente para, com um movimento de cintura, evitar que o vômito caia sobre o pão, a água, os cigarros. ... repito sempre assim - deve haver alguma espécie de sentido ou o que virá depois? ..."

Morangos Mofados
" ... Abriu os dedos. Absolutamente calmo, absolutamente claro, absolutamente só enquanto considerava atento, observando os canteiros de cimento: será possível plantar morangos aqui? Ou se não aqui, procurar algum lugar em outro lugar? Frescos morangos vivos vermelhos.
Achava que sim.
Que sim.
Sim."



É mais ou menos por aí, leitura altamente recomendada...

Ao som de Caetano Veloso, álbum Circuladô.

"Dá-me mais vinho, porque a vida é nada." - Fernando Pessoa

pedro s.

Pedro S. S. 2005 > 2009 Creative Commons License
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