Sentado em uma confortável poltrona. Cachimbo de tabaco antigo - de qualidade - na mão direita elevada. Livro de poemas complexos aberto pelo polegar esquerdo e sustentado - ainda que apoiado no braço da cadeira - pela mão esquersa. Entre baforadas e declamações, Sebastian se recuperava. Da vida. A todo intervalo de tempo de vida bem vivida, corresponde um intervalo temporal igual ou maior de recuperação.
Nada melhor para se recuperar da vida. Plantão jornalístico rotineiro e entediante. Uma chamada de madrugada, um deslocamento, algumas boas fotos e algumas linhas rápidas, em tom de poesia, sobre o ocorrido. Ele poderia faturar uma grana alta escrevendo essas coisas, mas o jornal sempre editava tudo e acabava só usando as piores fotos. Depois da matéria concluída, a outra repórter o convidou prum drink madrugadiano. Nada mal, uma foda antes do amanhecer, ele pensou sem tanto entusiasmo assim.
O drink foi massacrante. Que foda que nada, a garota queria era trepar intelectualmente nele e sugar qualquer coisa positiva que tivesse naquela cabecinha de modo a amenizar o sofrimento constante da coitada. Sr. O. nunca teve muito saco pra isso, mas nunca soube ser grosso. Com as palavras mais finas do vocabulário que ela era capaz de entender, disse-lhe para ir a puta que pariu e ainda a levou para lá - a casa dela. Última oportunidade pra uma trepadinha, mas nada feito. Melhor assim, pensou, posso dormir uma tempinho extra.
A ironia do destino. Foi pra casa, deu mais algumas tragadas no cachimbo, se masturbou sem muita vontade e conseguiu dormir meio aliviado. Depois, é claro, de tomar três comprimidinhos daqueles.
E nem pensar nos filhos da puta do plantão me chamarem mais. Encerrei por aqui.
Nada melhor para se recuperar da vida. Plantão jornalístico rotineiro e entediante. Uma chamada de madrugada, um deslocamento, algumas boas fotos e algumas linhas rápidas, em tom de poesia, sobre o ocorrido. Ele poderia faturar uma grana alta escrevendo essas coisas, mas o jornal sempre editava tudo e acabava só usando as piores fotos. Depois da matéria concluída, a outra repórter o convidou prum drink madrugadiano. Nada mal, uma foda antes do amanhecer, ele pensou sem tanto entusiasmo assim.
O drink foi massacrante. Que foda que nada, a garota queria era trepar intelectualmente nele e sugar qualquer coisa positiva que tivesse naquela cabecinha de modo a amenizar o sofrimento constante da coitada. Sr. O. nunca teve muito saco pra isso, mas nunca soube ser grosso. Com as palavras mais finas do vocabulário que ela era capaz de entender, disse-lhe para ir a puta que pariu e ainda a levou para lá - a casa dela. Última oportunidade pra uma trepadinha, mas nada feito. Melhor assim, pensou, posso dormir uma tempinho extra.
A ironia do destino. Foi pra casa, deu mais algumas tragadas no cachimbo, se masturbou sem muita vontade e conseguiu dormir meio aliviado. Depois, é claro, de tomar três comprimidinhos daqueles.
E nem pensar nos filhos da puta do plantão me chamarem mais. Encerrei por aqui.
pedro s.